Um grito rebelde em língua estrangeira cantava grunge o que parecia ser eu
No chão da minha terra, o rock rural melancólico e tocante na boca do violão do Sampaio vibrava em harmonias, as doçuras de palavras que se encontravam pelas cordas de aço
O ano era 1994, minha mãe estava a esperar minha irmã...
Eu, nem os conhecia, tinha 6 anos...
Hoje tenho 26 e não consigo viver sem o som deles em mim
Minh'alma grita em poucos acordes o canto da solidão
Ouço um novo blues e penso quantas vezes tentei fazer uma canção de amor
E logo me vem a cabeça "rape me my friend...waste me, rape me, my friend"
A música é silêncio... o ruído no ouvido um tiro no ar
Os labirintos negros cortam meu peito "i feel stupid and cotagious"
Às vezes é preciso... DESPERDÍCIO... DESAPEGO...
É preciso ... IR SOZINHO... RIR SOZINHO
Meu corpo sente em graves acordes uma poesia que canta somente em meus ouvidos...
"And just maybe I'm blame
For all l've heard but I'm not sure"
Quando me fizer os 27 cantarei em acordes dissonantes o grunge melancólico e tudo aquilo que me completa hoje...
Depois de 20 anos Cobain e Sampaio vibram em altos falantes cânticos de tudo que sinto agora...
A carne pode até evaporar-se, mas o som sempre vai permanecer nos ouvidos de quem quiser ouvir
...
Meu corpo vibra em acordes que cantam o que sinto
Dedilho meu violão e me encontro num outro universo
Em que minha voz grita tudo que quer dizer
Um lugar que só eu posso ir
…
Dentro de mim passam ruídos que me balançam
Nessa hora sinto a música movimentar tudo que não consigo explicar
Um arrepio da ponta dos pés a cabeça
E uma extrema excitação muscular faz produzir e compor o SOM
…
Talvez sejam as cordas do violão que me une a eles
As cordas de aço e a poesia marginal
Talvez eu seja um compositor popular
Ou talvez nem saiba o que seja... mas sei que a música me faz ser um pouco dela e estar perto deles.