Uma GRAÇA

Das secas vidas de graci
Das vidas secas de liano
De Quebrangulho a Palmeira
Do velho graça a sempre nova graça

O nosso Mestre e Major
O natural cabra da peste
Fala nordeste, mas se escreve sertão
O indireto mais direto
Do ofício que se quis ter
Do jornal a prefeitura
Uma ingênua criatura, se é que podemos dizer

O que bate sem levantar a mão
E atira o cinturão nas costas do poder
Fala baixo com alto falante
O natural andante das Alagoas

Nosso pretérito tão presente
Que mesmo ausente na carne
Passa a cada instante
Pelas palavras escritas e faladas
Nas longas madrugadas ao despertar
Do novo tão velho sertão.