Segunda a tarde


A sala de estar marca o espaço que passamos a tarde
O barulho da hélice do ventilador atrapalha a música
O violão gasto e empoeirado vibram cordas em acordes melancólicos...
O som é triste... nós estamos um de frente para o outro
Fumamos um cigarro e atentamente nos deixamos levar pelo som
A letra é confusa e causa dor... a solidão
O artista entristece e chora entre os graves e agudos que sua voz dá
Me sinto mais pesada, apesar de voar no pensamento
A tristeza nos devora... conversamos... fumamos outro cigarro
Agora é tudo muito mais solto
A pipa que aparece na janela da sala marca a liberdade
Ouvir, cantar, chorar... podemos fazer o que quiser
Os olhos derramam lágrimas... o cheiro que paira é forte
A lua está cortada pelas nuvens e o escuro do céu aos poucos encobre o azul celeste... as estrelas já estão aparecendo
Me vejo no ar... bebemos um pouco de licor
Nos sentamos na frente da casa...
Enquanto os cães brincam e espalham a terra
A areia sobe... passa na vista... nesse momento mergulhamos nos sonhos que guardamos no lanche da tarde.

Passa das 19h... acendemos outro cigarro e fomos jantar.