Acordei às 10h da manhã. Estava nublado, eu sentia um enorme calor em minhas costas. Levantei...olhei as mensagens no meu celular. Dei risadas e um bom dia para minha mãe. Respondi a mensagem do meu celular e fui ao banheiro escovar os dentes. Olhei para o espelho e me vi com ela. Eu a beijava, ela se arrepiava. Levemente eu tirava seu colar, em seguida sua blusa, ainda em frente ao espelho olhava em seus olhos, acariciava...ela também me olhava... preferia que eu fizesse tudo. Me dava apenas uns beijos no canto do queixo, passava pela minha nuca... às vezes eu sentia cócegas, mas era muito bom. Peguei a escova, coloquei a pasta e voltei a realidade. Nada seria tão brilhante do que passar novamente uma noite com ela. Eu gostava quando ela dizia "me ame agora"... não sei bem como é isso 'amar alguém agora', mas amava...da maneira mais íntegra e feroz que meu corpo e minha alma pudesse estar naquele instante. Seu respirar ofegante batia veloz em meu rosto. Eu gostava muito disso. Ela era linda...seu olhar me rondava a cada passo que caminhava, eu fazia o mesmo...acho até que um pouco mais...e isso acredito que ela nem soubesse. Era silêncio, sempre fomos assim. Discreto estava por nós. Desejávamos posições e situações mais embaraçosas entre nós. Era incrível. Eu por uns tempos pensei "como tive coragem?!" Seu corpo junto ao meu contorcia em formas que a geometria não seria capaz de definir o começo e o fim. As quatro paredes que sempre estava junto a nós escondia segredos e todos os desejos que não poderíamos colocar na frente da porta. Por alguns momentos sentia que as pessoas sabiam, ou pelo menos suspeitavam, que algo acontecia entre a gente. Poemas, palavras, canções cobriam nossas vontades. Embriagávamos de prazer. Minhas mãos sempre corriam por seus longos cabelos, que o vento balançava quando íamos a praia olhar a imensidão do mar e brincar com as várias formas que as nuvens passavam sobre nossas cabeças. Lavei o rosto, fui tomar café. O gosto do café quente que borbulhava na minha xícara me lembrava os dias que acordava junto dela. Era quente, gostoso e fazia com qualquer manhã, seja chuvosa ou ensolarada, tivesse como o novo amanhecer num verde campo ao olhar a claridão do sol que subia devagarzinho no horizonte em dias de verão. Eu queria mesmo estar com ela. É tão difícil assumir isso para mim, veja só: o que tenho a oferecer...amor?!...carinho?!... isso basta!?...às vezes quero acreditar que sim para ter esperanças de poder ficar eternamente com ela. Não sinto vaidade de que outras pessoas saibam... mas sinto desejo de que ela queira mesmo estar ao meu lado. Vou me levantar...só falta um gole para acabar meu café...preciso ir embora...queria fugir...queria estar com ela...mas tenho que trabalhar e pedir para que o tempo seja bom comigo e não deixar as coisas passarem, os amores irem embora...preciso dela e sei que ela também precisa de mim...
Em um outro dia quem sabe eu sonho outra história assim...
Um amor..."eu procuro um amor que seja bom pra mim...vou procurar eu vou até o fim...
E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos" (Frejat)
"Onde está meu amor? Quem será com quem se parece? Deve estar por aí! Ou será que ele me conhece?!" (Paulo Ricardo)
Eu procuro sempre... busco viver intensamente... até mesmos meus sonhos.
