Tem dias que a gente quer comer o mundo... e tem dias que o mundo quer te comer

As paredes brancas do quarto... o teto granulado
Os instrumentos ao redor do colchão...
Era o cenário do ninho...
O colchão encarnado era a superfície dos desejos
Dois corpos entrelaçados e quentes
Bravamente trocavam afagos no calor do dia de domingo
A semana começava diferente e excitante...
O lençol estampado que cobriam os corpos 
Eram suas tatuagens espalhadas no rubro cobertor insano...
O vício alcoólico encobria o hálito 
Misturado a fumaça que pairava no ar...
O sabor parecia desejo... 
O desejo parecia sabor...
Os dois corpos eram alimentos 
Trocados de boca a boca... de beijos em beijos
O líquido que corria nos corpos marcava o combate caloroso...
Chegavam quase no fim...
Depois de abatidos...
Seus corpos foram colocados na mesa no café da manhã da segunda feira.

Lá fora o sol abre a janela e o latido dos cachorros se mistura ao barulho dos carros na rua.

Às vezes o mundo quer nos comer... nos tornamos alimentos uns dos outros... às vezes queremos comer o mundo... sentir os sabores... e alimentar-se dos desejos que os outros querem nos dá.

4 comentários:

  1. Eita porra!
    adorei! eu concordo plenamente! do mundo, do comer, de nós!

    p.s. tenta musicá-lo, daria uma musica bem calma... ao menos tentei ler desse jeito.

    Um Beijo!

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